A gente pode nunca ter
chegado a ficar realmente juntos, mas tanto eu como você deixou muito de nós no
outro e está na hora de cada um recolher o que foi deixado.
Você, pela primeira vez em
todo esse tempo, tomou a iniciativa e foi o primeiro a apanhar tudo que eu
deixei aí e jogar fora. Se não jogou, com toda certeza guardou em mais uma de
suas inúmeras gavetas de sentimentos que morrem calados. Já eu, mais uma vez, fui
ingênua e preferi deixar tudo do mesmo jeito que você deixou, meio bagunçado,
sabemos. Mas preferi não mexer em nada pra o caso de você mais uma vez voltar e
fingir que nada tinha acontecido.
Antes seu jeito era algo
que eu achava engraçado e que me fazia acreditar que tudo era tão forte que no
final você sempre percebia que a pessoa era eu. Só que não parece que você vai
voltar, e, caso volte, não acharei graça e muito menos romântico.
Tudo, exatamente tudo, um dia cansa. Não importa o que seja. Um
dia vamos olhar e ver que se esse tudo virou excesso, ele também ficou
cansativo. E eu cansei.
Cansei desse seu jeito bobo de agir. Das suas graças. Cansei das
suas grosserias, mesmo que poucas. E também cansei do seu excesso de fofura,
como sempre chamei. Cansei de mim com você, se quer saber. Mas, principalmente,
cansei da espera.
Então vou fazer como você, vou tirar tudo que é seu daqui. E se puder
me fazer um favor, retire aquelas coisas que só podem ser tiradas por ti. Mas
na hora de fazer isso, não precisa me olhar, nem dizer que lamenta tudo e que
ainda é o melhor amigo, não preciso de mentiras.
Retire tudo, não deixe nem
aquilo que parece não ter importância. Acabe com tudo, seja rápido e me ignore
ao máximo. E não se esqueça de trancar tudo na hora de sair e jogar a chave
fora, porque caso queria novamente entrar, vai ver que você mesmo trancou tudo
e acabou com as suas chances de voltar.
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